O bom português

Confira dicas para não cometer alguns dos desvios mais comuns da norma culta da língua portuguesa.

Custei a entender ou custou-me entender?

A construção tradicional com o verbo custar é: sujeito (o que custa) + custar + objeto indireto (a pessoa a quem custa). Levantar cedo (sujeito) custa muito a ele (objeto indireto) ou A casa (sujeito) custou-lhes (objeto indireto) metade da herança. Portanto, para estarmos de acordo com o padrão culto da língua, devemos dizer: Custou-me acreditar, não Custei a acreditar. Esta última construção, contudo, é um brasileirismo muito corrente, a tal ponto que, no Brasil, até pessoas instruídas chegam a sentir alguma estranheza diante da construção dita “correta”. Cabe ao usuário escolher a construção “de lei” ou o brasileirismo que, para os conservadores, soa como vulgaridade sintática.