Dois cientistas, o americano Panayiotis Zavos e o italiano Severino
Antinori estão empenhados na obtenção do primeiro
clone humano. A técnica usada parece ser a mesma que já clonou,
a partir da ovelha Dolly, outros mamíferos.
Uma mulher doa um óvulo cujo núcleo é retirado.
Do indivíduo (homem ou mulher) a ser clonado, obtém-se
o núcleo de uma célula, que é inserido no óvulo
anucleado. Contendo apenas o material genético do indivíduo
a ser clonado, esse óvulo modificado, pois é diplóide
(2n = 46), entra em divisão e é colocado no útero
de uma mulher que, na verdade, funciona como “chocadeira”.
Assim, nasce um bebê clonado, portador do material genético
do indivíduo doador do núcleo.
Nos animais até agora clonados, muitas foram as tentativas frustadas: centenas de óvulos usados e poucos embriões obtidos. Na clonagem de Dolly, dos 277 óvulos que receberam o núcleo de uma célula adulta, apenas 29 sobreviveram e foram implantados no útero das ovelhas, e apenas 1 evoluiu originando a Dolly. Na obtenção do bezerro Starbuck II, 68 óvulos produziram 4 embrões, dos quais 3 abortaram e 1 vingou, produzindo o clone. Também sabemos que nasceram clones com deficiências imunológicas e respiratórias com sobrevida de apenas alguns dias ou semanas. Como ficariam esses insucessos com a clonagem de humanos? Outro problema a ser analisado é o da idade do clone. Dolly, por exemplo, com 3 anos de vida apresenta células de uma ovelha com 8.
O envelhecimento celular é marcado pelo encurtamento das extremidades dos cromossomos (telômeros), fato evidenciado nas células da ovelha Dolly. Os pesquisadores empenhados na clonagem dizem que o processo será usado apenas para que os casais inférteis possam ter filhos, originados de suas próprias células. Enfim, é fácil verificar que a clonagem humana é um processo polêmico envolvendo questões religiosas e bioéticas.